Inflação nos EUA sobe e alcança nova máxima em quatro décadas no mês de fevereiro, com a disparada dos preços de energia e commodities. Em fevereiro a inflação subiu 0,8%, alcançando 7,9%
A leitura ano a ano registra um salto de 7,5% em janeiro, marcando o aumento mais rápido desde fevereiro de 1982, quando a inflação atingiu 7,6%.
Em 6 de março, o preço médio da gasolina nos EUA ultrapassou US$ 4 o galão pela primeira vez desde 2008, segundo a AAA, que acompanha os preços no varejo diariamente. Em 10 de março, a média nacional já estava em US$ 4.31, o nível mais alto de todos os tempos.
A gasolina saltou 6,6% em fevereiro e foi responsável por quase um terço dos aumentos de preços. Os alimentos aumentaram 1%.
PETRÓLEO RUSSO. O presidente Joe Biden anunciou na terça-feira (8) que os EUA vão banir a importação do petróleo russo como parte da série de sanções que estão sendo anunciadas quase que diariamente pelo ocidente desde a invasão da Rússia na Ucrânia.
UM ANO DE AUMENTOS. À medida que a guerra na Ucrânia continua, os americanos enfrentam um aumento histórico dos preços da gasolina, com remarcações diárias nos preços de todos os postos do país. Apesar do ritmo atual no aumento dos preços, a gasolina já havia disparado 60% entre janeiro/2021 e fevereiro/2022, antes do início da guerra.
BIDEN PROCURA MADURO. Dois cidadãos americanos foram liberados pelo ditador Nicolás Maduro após visita de alto escalão do governo Biden visitar o país com interesse no petróleo venezuelano.
Um dos prisioneiros libertados foi Gustavo Cárdenas, entre seis executivos de petróleo da Citgo presos em 2017 e condenados por acusações que o governo dos EUA diz terem sido fabricadas. O outro prisioneiro solto é um cubano-americano, identificado como Jorge Alberto Fernandez.
“Esta noite, dois americanos que foram detidos injustamente na Venezuela poderão abraçar suas famílias mais uma vez”, disse o presidente Joe Biden em comunicado.
“Estamos trazendo Gustavo Cárdenas e Jorge Fernandez para casa”, disse Biden.
REUNIÃO EM CARACAS. EUA iniciaram reuniões presenciais com autoridades venezuelanas em Caracas no fim de semana de 5 e 6 de março, com o objetivo de permitir que o petróleo bruto venezuelano volte ao mercado internacional, segundo o Wall Street Journal.
A administração do democrata tem demonstrado preferência por comprar petróleo de ditaduras como a iraniana e venezuelana a ter que aumentar a exploração e produção de petróleo nos EUA, setor que vem sendo sabotado somente domesticamente pelos democratas mas incentivado em âmbito internacional – incluindo na OPEC, para quem Biden já pediu sem sucesso por um aumento na produção.
CRÍTICA DEMOCRATA. Biden porém enfrentou fortes críticas no Congresso americano pela reaproximação dos EUA com o ditador Nicolás Maduro, que está sob sanções dos EUA por abusos de direitos humanos e repressão política.
O senador democrata Robert Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, pediu à Casa Branca que não busque um acordo com a Venezuela.
Maduro, disse ele, “é um câncer para o nosso hemisfério e não devemos dar nova vida ao seu reinado de tortura e assassinato”.
“Se os relatos forem verdadeiros de que o governo Biden está intermediando a compra do petróleo venezuelano, temo que haja o risco de perpetuar uma crise humanitária que desestabilizou a América Latina e o Caribe por uma geração inteira. Nicolás Maduro é um câncer para o nosso hemisfério e não devemos dar uma nova vida ao seu reinado de tortura e assassinato. Como tal, eu me oporia fortemente a qualquer ação que encha os bolsos dos oligarcas do regime com lucros do petróleo enquanto Maduro continua a privar os venezuelanos de direitos humanos básicos, liberdades e até comida.”, disse o senador democrata em comunicado.