Cerca de dez documentos classificados da época em que Joe Biden era vice-presidente foram encontrados em escritório particular usado pelo presidente em um prédio da Universidade da Pensilvânia em Washington DC; documentos sigilosos tratam de Ucrânia, Irã e Reino Unido.
A informação foi revelada pela CNN, que confirmou que o Procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, está em poder desses documentos para revisão do conteúdo deles.
Os documentos foram descobertos em 2 de novembro de 2022, dias antes das eleições de meio de mandato nos EUA mas só vieram a público agora, em 2023.
Garland escolheu o procurador federal John Lausch Jr, de Chicago, para conduzir a investigação dos documentos de Biden porque ele é um dos dois procuradores americanos restantes nomeados por Donald Trump, evitando a aparência de conflito de interesses já que Lausch não foi nomeado por Biden.
Na terça-feira, 10 de janeiro, o novo presidente republicano do Comitê de Inteligência da Câmara pediu ao Diretor de Inteligência Nacional que conduzisse uma avaliação de danos para os registros classificados encontrados no escritório particular de Biden.
“Aqueles que têm acesso a informações classificadas têm o dever e a obrigação de protegê-las”, escreveu o deputado Mike Turner, de Ohio. “Esta questão exige uma revisão completa e minuciosa.”
Biden responde
O presidente Joe Biden respondeu aos questionamentos durante uma coletiva de imprensa na Cidade do México.
“Eles fizeram o que deveriam ter feito. Eles imediatamente ligaram para o Arquivo [Nacional] … entregaram ao Arquivo, e fui informado sobre essa descoberta e fiquei surpreso ao saber que havia algum registro do governo que foi levado para aquele escritório”, disse o presidente. “Mas não sei o que há nos documentos. Meus advogados não sugeriram que eu perguntasse quais eram os documentos.”
Documentos de Trump
Em agosto de 2022, o FBI realizou uma operação de busca e apreensão na residência oficial do ex-presidente Donald Trump tendo como alvo supostos documentos classificados em posse do ago agora ex-presidente.
A operação foi em âmbito de uma investigação federal sobre a possibilidade de Trump ter levado da Casa Branca documentos oficiais sigilosos que não poderiam ser levados por um presidente quando encerra seu mandato.
No caso de Trump, Garland convocou o advogado especial Jack Smith para assumir tanto a investigação criminal sobre as atividades eleitorais de Trump pós-2020 quanto a investigação de documentos confidenciais que o ex-presidente havia levado para seu resort na Flórida. A investigação de Biden não está nem perto desse estágio.
Até o presente momento nada foi apresentado contra Trump acerca dos documentos apreendidos em sua casa