A Venezuela prendeu três cidadãos americanos por entrada ilegal no país ao longo dos últimos meses, segundo o Departamento de Estado. Número de americanos presos pela ditadura de Nicolás Maduro pode chegar a oito.
“Podemos confirmar a prisão de cidadãos americanos na Venezuela em janeiro e março deste ano”, disse um porta-voz do Departamento de Estado em comunicado.
“Levamos a sério nosso compromisso de ajudar os cidadãos dos EUA no exterior. Devido a considerações de privacidade, não temos mais comentários.”
A mídia americana informou que um homem foi preso em janeiro e outros dois em março.
Os três se somam a oito americanos já conhecidos como detidos pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Dois outros americanos foram libertados em março.
Esforços diplomáticos estão em andamento, segundo o Departamento de Estado, e no mês passado o enviado especial presidencial dos EUA para Assuntos de Reféns Roger Carstens e o embaixador James Story, que lidera a Unidade de Assuntos da Venezuela nos EUA, viajaram para a Venezuela em uma tentativa de garantir a libertação de americanos detidos.
“A visita das autoridades dos EUA à Venezuela se concentrou em garantir a libertação de detidos injustos dos EUA”, disse um porta-voz do Departamento de Estado na época. “Tanto a SPEHA Carstens quanto o embaixador Story pressionaram os oficiais do regime para a libertação imediata de todos os detidos injustos.”
Reunião em Caracas
EUA iniciaram reuniões presenciais com autoridades venezuelanas em Caracas no fim de semana de 5 e 6 de março de 2022, com o objetivo de permitir que o petróleo bruto venezuelano volte ao mercado internacional, segundo o Wall Street Journal.
A administração do democrata tem demonstrado preferência por comprar petróleo de ditaduras como a iraniana e venezuelana a ter que aumentar a exploração e produção de petróleo nos EUA, setor que vem sendo sabotado somente domesticamente pelos democratas mas incentivado internacionalmente – incluindo em âmbito da OPEC, para quem Biden já pediu sem sucesso por um aumento na produção.
O governo Biden está buscando aliviar sanções ao petróleo da Venezuela em uma tentativa de conter a disparada no preço do petróleo por causa da guerra entre a Rússia e Ucrânia e suprir a demanda americana após o presidente Joe Biden proibir a importação de petróleo russo.
Democratas Criticam Aproximação
Biden porém enfrentou fortes críticas no Congresso americano pela reaproximação dos EUA com o ditador Nicolás Maduro, que está sob sanções dos EUA por abusos de direitos humanos e repressão política.
O senador democrata Robert Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, pediu à Casa Branca que não busque um acordo com a Venezuela.
Maduro, disse ele, “é um câncer para o nosso hemisfério e não devemos dar nova vida ao seu reinado de tortura e assassinato”.
“Se os relatos forem verdadeiros de que o governo Biden está intermediando a compra do petróleo venezuelano, temo que haja o risco de perpetuar uma crise humanitária que desestabilizou a América Latina e o Caribe por uma geração inteira. Nicolás Maduro é um câncer para o nosso hemisfério e não devemos dar uma nova vida ao seu reinado de tortura e assassinato. Como tal, eu me oporia fortemente a qualquer ação que encha os bolsos dos oligarcas do regime com lucros do petróleo enquanto Maduro continua a privar os venezuelanos de direitos humanos básicos, liberdades e até comida.”, disse o senador democrata em comunicado.
Juan Guaidó
Os Estados Unidos reconheceram em 2019, sob Donald Trump, o líder da oposição Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela após a reeleição de Maduro em 2018, reeleição que governos ocidentais consideraram uma farsa.