A Polônia confirmou na terça-feira (8) que cederia toda sua frota de caças MIG-29 para ser usada em âmbito da OTAN pelos Estados Unidos, na base aérea americana de Ramstein, na Alemanha.
Congressistas americanos pressionaram o governo do presidente Joe Biden na segunda-feira (7) para facilitar a transferência de aviões de combate da Polônia e outros países da OTAN e do Leste Europeu para a Ucrânia, após um apelo no sábado do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy.
“As autoridades da República da Polônia… estão prontas para enviar – imediatamente e gratuitamente – todos os seus jatos MIG-29 para a Base Aérea de Ramstein e colocá-los à disposição do Governo dos Estados Unidos da América”, disse o Ministério de Relações Exteriores da Polônia, segundo a Reuters.
A Polônia pediu apenas pela reposição das aeronaves por outros caças usados com capacidades correspondentes – pelos quais país estaria disposto a comprar.
“Ao mesmo tempo, a Polônia solicita aos Estados Unidos que nos forneçam aeronaves usadas com capacidades operacionais correspondentes. A Polônia está pronta para estabelecer imediatamente as condições de compra dos aviões”, afirmou em comunicado.
“…qualquer decisão sobre a entrega de armas ofensivas deve ser tomada por toda a OTAN e por unanimidade”, disse o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki na terça-feira durante uma entrevista coletiva conjunta com seu colega norueguês em Oslo.
“É por isso que estamos prontos para entregar toda a nossa frota de caças a Ramstein, mas não estamos prontos para fazer qualquer movimento por conta própria porque, como eu disse, não somos parte desta guerra”, acrescentou.
EUA RECUSAM OFERTA. O porta-voz do Departamento de Defesa americano disse ainda na quarta-feira (8) que a oferta da Polônia não era “sustentável”.
“Estamos agora em contato com o governo polonês após o comunicado divulgado hoje. Como dissemos, a decisão de transferir aviões de propriedade polonesa para a Ucrânia é, em última análise, do governo polonês. Continuaremos consultando nossos aliados e parceiros sobre nossa contínua assistência de segurança à Ucrânia, porque, de fato, a proposta da Polônia mostra apenas algumas das complexidades que esta questão apresenta: a perspectiva de caças “à disposição do governo dos Estados Unidos da América” partindo de uma base na Alemanha para voar para o espaço aéreo que é contestado com a Rússia sobre a Ucrânia levanta sérias preocupações para toda a aliança da OTAN. Simplesmente não está claro para nós que existe uma justificativa substantiva para isso. Continuaremos a consultar a Polônia e nossos outros membros da OTAN aliados sobre esta questão e os difíceis desafios logísticos que ela apresenta, mas não acreditamos que a proposta da Polônia seja sustentável.”, disse John Kirby em nota.
SINAL VERDE DOS EUA. O secretário de Estado americano Antony Blinken havia afirmado no domingo (6) que os membros da OTAN têm autorização para enviar caças para a Ucrânia.
“Tem o sinal verde”, disse Blinken em entrevista ao “Face the Nation”, da CBS News, quando perguntado se o governo polonês, membro da OTAN, poderia enviar aviões de combate para a Ucrânia.
PETRÓLEO RUSSO. O presidente Joe Biden anunciou na terça-feira (8) que os EUA vão banir a importação do petróleo russo como parte da série de sanções que estão sendo anunciadas quase que diariamente pelo ocidente desde a invasão da Rússia na Ucrânia.
A decisão está sendo tomada pelos EUA sozinho, mas o planejamento para o anúncio da medida teria sido conduzido em estreita consulta com os aliados europeus, que são mais dependentes do fornecimento de energia russa.
O gás natural da Rússia é responsável por um terço do consumo europeu de combustível fóssil. Os EUA não importam gás natural russo.
O governo do Reino Unido também anunciou na terça-feira que planeja eliminar gradualmente todas as importações de petróleo russo ao longo dos próximos meses, reporta a Bloomberg.