Documentos revelam frustração de militares com a Casa Branca com a evacuação no Afeganistão

Um relatório investigativo do Exército americano obtido pelo The Washington Post registra a frustração entre militares com a administração Biden sobre a evacuação dos Estados Unidos do Afeganistão.

Os documentos obtidos pelo jornal por meio da Lei de Liberdade de Informação (FOIA), foram encomendados após o atentado suicida no Aeroporto Internacional Hamid Karzai que matou 13 militares americanos em 26 de agosto de 2021 e detalha as decisões tomadas por militares dos EUA designados para proteger o aeroporto.

Os militares estariam “muito melhor preparados para conduzir uma operação mais ordenada” “se os formuladores de políticas tivessem prestado atenção aos indicadores do que estava acontecendo em solo”, disse o contra-almirante da Marinha Peter Vasely, que liderava as Forças dos EUA no Afeganistão, segundo o jornal.

De acordo com o relatório, oficiais militares disseram que o planejamento para a operação começou meses antes e evoluiu do uso da Base Aérea de Bagram e do aeroporto Hamid Karzai para apenas o uso do aeroporto Hamid Karzai.

Oficiais militares disseram que queriam duas semanas para evacuar a embaixada dos EUA no Afeganistão, mas em 12 de agosto o secretário de Estado Antony Blinken e o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan exigiram que o processo fosse mais rápido.

O chefe do Comando Central dos EUA, general Kenneth McKenzie, disse ao Post em uma entrevista que não estava surpreso com o fato dos comandantes sentirem que a evacuação deveria ter sido tratada de maneira diferente. No entanto, ele disse que “nós nos reunimos e executamos um plano”.

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“Há frustrações profundas; comandantes, principalmente comandantes subordinados, eles veem muito claramente as vantagens de outros cursos de ação. No entanto, tivemos uma decisão e tivemos uma alocação de forças. Você procede com base nisso”, disse ele, segundo o jornal.

John Kirby, porta-voz do Pentágono, disse em resposta que, embora o transporte aéreo tenha sido uma “conquista histórica”, o secretário de Defesa Lloyd Austin reconheceu que “não foi perfeito”.

“Estamos comprometidos e intensamente engajados em uma revisão contínua de nossos esforços durante a evacuação, as avaliações e a estratégia durante o conflito e o planejamento nos meses anteriores ao fim da guerra”, disse Kirby. “Vamos pegar essas lições aprendidas e aplicá-las, como sempre fazemos, de forma clara e profissional.”

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