Congresso passa legislação que aumenta competitividade dos EUA contra a China na produção de semicondutores

A Câmara dos EUA aprovou na quinta-feira, 28 de julho, projeto bipartidário para aumentar a competitividade dos EUA contra a China, alocando bilhões de dólares para fabricação doméstica de semicondutores e pesquisa científica.

A legislação conquistou alguns republicanos mesmo depois que líderes do Partido Republicano pressionaram colegas a não votarem a favor da proposta em tempos de inflação elevada. O projeto de lei, que foi aprovado no Senado na quarta-feira, 27 de julho, agora segue para a Casa Branca para o presidente Joe Biden sancionar.

A versão final, conhecida como Chips and Science Act, inclui mais de US$ 52 bilhões para empresas americanas que produzem chips de computador, além de bilhões a mais em créditos fiscais para incentivar o investimento na fabricação de chips. Também fornece dezenas de bilhões de dólares para financiar pesquisas científicas e estimular a inovação e o desenvolvimento de outras tecnologias nos EUA.

A legislação autoriza cerca de US$ 200 bilhões em financiamento de pesquisa científica e tecnológica para os próximos anos. A diretriz sobre pesquisa é ampla, relacionada à tecnologia desde robótica até a computação de alto desempenho e semicondutores.

A proposta supostamente impede que empresas usem os subsídios se também estiverem construindo ou expandindo fábricas de semicondutores avançados na China ou em outros países potencialmente hostis.

O valor total do projeto é avaliado em US$ 280 bilhões.

Na Câmara o projeto recebeu 243 votos a favor e 187 contrários. No Senado, a proposta obteve 64 votos favoráveis.

Texas

O governador Greg Abbott e a Samsung anunciaram em dezembro de 2021 que a gigante sul-coreana construirá uma fábrica de semicondutores de US$ 17 bilhões em Taylor, Texas.

Mas a Samsung também tem planos para trazer 11 fábricas de chips adicionais ao estado do Texas em um investimento privado que pode chegar a US$ 200 bilhões, principalmente após a aprovação do projeto CHIPS pelo Senado e Câmara dos EUA.

As instalações devem gerar cerca de 10.000 empregos na área, com aproximadamente 1.800 vagas em Austin e as 8.200 restantes em Taylor.

O governador do Texas, Greg Abbott, divulgou na quarta-feira , 27 de julho, um comunicado celebrando a expectativa de investimento no estado.

“Parcerias estreitas com empresas como a Samsung – que reconhecem as possibilidades ilimitadas que o Texas tem a oferecer – estão trazendo maiores oportunidades para os texanos, e esse investimento potencial trará bilhões de capital adicional para continuar crescendo nosso clima de negócios de classe mundial e diversificado e com força de trabalho altamente qualificada.”, escreveu Abbott. “Essas novas instalações solidificam o Lone Star State como líder do país na indústria de semicondutores, e agradeço à Samsung por aumentar seu investimento no povo trabalhador da região central do Texas.”

Ohio

Conforme noticiado pelo Direto da América na ocasião, a Intel anunciou em 21 de janeiro a construção das suas próximas fábricas de chips, as maiores do mundo, no estado de Ohio. Ao todo, a companhia prevê seis novas fábricas para esta década nos EUA.

A produção local visa atender a várias necessidades, disse o CEO da Intel, Patrick Gelsinger, durante um evento na Casa Branca. Os chips construídos lá não apenas reduzirão as pressões da cadeia de suprimentos, disse ele, mas também reforçarão a segurança nacional dos EUA, trazendo mais empregos de tecnologia para a região.

As duas fábricas vão estar em um parque industrial em um terreno de 1.000 acres em Licking County, a leste de Columbus, e deve criar 3.000 empregos na empresa – muitos deles de altamente qualificação – e 7.000 empregos na construção. A instalação apoiará dezenas de milhares de empregos adicionais para fornecedores e parceiros, disse a Intel e autoridades locais e estaduais.

A expectativa é que outras indústrias se instalem na região para atuar em parceria com a Intel, criando um hub tecnológico na região central de Ohio.

O investimento da Intel é o maior já feito no estado, mas o subúrbio de Columbus em New Albany, onde a Intel construirá as duas fábricas de chips, já viu um influxo de data centers, incluindo da Amazon.com Inc, da Meta do Facebook e do Google da Alphabet Inc.

Em agosto passado, o Google aumentou seu investimento em New Albany em US$ 1 bilhão.

“Instalações como (as fábricas da Intel), todos esses empregos são altamente qualificados”, disse a secretária de Comércio Gina Raimondo falando no anúncio em Ohio. “Toda essa fabricação em todos os níveis, não apenas os doutorados, exige uma certa quantidade de treinamento”, acrescentou.

Todos Direitos Reservados. Conteúdo originalmente publicado no portal Direto da América (C) em www.DiretoDaAmerica.us

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