A gigante americana de semicondutores Intel se desculpou após reação nas redes sociais por causa de uma carta enviada a fornecedores pedindo que evitassem comprar na região de Xinjiang, na China, onde o regime comunista chinês conduz uma campanha de assimilação forçada contra minorias religiosas.
Em uma carta a fornecedores globais, datada de dezembro e publicada em vários idiomas em seu site, a Intel pediu a seus parceiros de negócios que evitassem a remota região noroeste da China, observando que “vários governos impuseram restrições aos produtos provenientes de Xinjiang. Portanto, a Intel é obrigada a garantir que nossa cadeia de suprimentos não use mão de obra ou fonte de bens ou serviços da região de Xinjiang.”
Nas plataformas de rede social da China houve muita indignação com a carta, bem como por parte de jornais estatais.
A carta foi publicada quando o Senado dos EUA aprovava um projeto de lei proibindo importações de Xinjiang por causa do uso de trabalho forçado na China. O presidente Joe Biden sancionou o projeto na quinta-feira (23).
Na quinta-feira, a fabricante de chips disse que sua carta foi escrita apenas para cumprir a lei dos EUA e não representava a posição da Intel sobre Xinjiang.
“Pedimos profundamente desculpas pela confusão causada aos nossos respeitados clientes, parceiros e ao público chineses”, disse a Intel em seu comunicado, publicado em suas plataformas de mídia social na China.
O pedido de desculpas ocorre semanas antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Pequim. A Intel é uma das 14 empresas globais que têm contratos com o Comitê Olímpico Internacional de patrocínio aos jogos olímpicos.
Em um editorial não assinado publicado depois que a carta aos fornecedores da Intel começou a circular, o a publicação estatal chinesa Global Times criticou a empresa por ofender o país. O jornal disse que a ação da Intel visa melhorar sua própria posição perante o governo dos EUA e pediu a Pequim que torne “cada vez mais caro para as empresas ofenderem a China”.