Dois cidadãos americanos foram liberados pelo ditador Nicolás Maduro após visita de alto escalão do governo Biden visitar o país com interesse no petróleo venezuelano.
Um dos prisioneiros libertados foi Gustavo Cárdenas, entre seis executivos de petróleo da Citgo presos em 2017 e condenados por acusações que o governo dos EUA diz terem sido fabricadas. O outro prisioneiro solto é um cubano-americano, identificado como Jorge Alberto Fernandez.
“Esta noite, dois americanos que foram detidos injustamente na Venezuela poderão abraçar suas famílias mais uma vez”, disse o presidente Joe Biden em comunicado.
“Estamos trazendo Gustavo Cárdenas e Jorge Fernandez para casa”, disse Biden.
REUNIÃO EM CARACAS. EUA iniciaram reuniões presenciais com autoridades venezuelanas em Caracas no fim de semana de 5 e 6 de março, com o objetivo de permitir que o petróleo bruto venezuelano volte ao mercado internacional, segundo o Wall Street Journal.
A administração do democrata tem demonstrado preferência por comprar petróleo de ditaduras como a iraniana e venezuelana a ter que aumentar a exploração e produção de petróleo nos EUA, setor que vem sendo sabotado somente domesticamente pelos democratas mas incentivado em âmbito internacional – incluindo na OPEC, para quem Biden já pediu sem sucesso por um aumento na produção.
O governo Biden está buscando aliviar sanções ao petróleo da Venezuela em uma tentativa de conter a disparada no preço do petróleo por causa da guerra entre a Rússia e Ucrânia e suprir a demanda americana após o presidente Joe Biden proibir a importação de petróleo russo.
CRÍTICA DEMOCRATA. Biden porém enfrentou fortes críticas no Congresso americano pela reaproximação dos EUA com o ditador Nicolás Maduro, que está sob sanções dos EUA por abusos de direitos humanos e repressão política.
O senador democrata Robert Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, pediu à Casa Branca que não busque um acordo com a Venezuela.
Maduro, disse ele, “é um câncer para o nosso hemisfério e não devemos dar nova vida ao seu reinado de tortura e assassinato”.
“Se os relatos forem verdadeiros de que o governo Biden está intermediando a compra do petróleo venezuelano, temo que haja o risco de perpetuar uma crise humanitária que desestabilizou a América Latina e o Caribe por uma geração inteira. Nicolás Maduro é um câncer para o nosso hemisfério e não devemos dar uma nova vida ao seu reinado de tortura e assassinato. Como tal, eu me oporia fortemente a qualquer ação que encha os bolsos dos oligarcas do regime com lucros do petróleo enquanto Maduro continua a privar os venezuelanos de direitos humanos básicos, liberdades e até comida.”, disse o senador democrata em comunicado.
JUAN GUAIDÓ. Os Estados Unidos reconheceram em 2019, sob Donald Trump, o líder da oposição Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela após a reeleição de Maduro em 2018, reeleição que governos ocidentais consideraram uma farsa.