O presidente Joe Biden estaria considerando o envio de milhares de soldados norte-americanos, bem como navios de guerra e aeronaves, para aliados da Otan no Báltico e no Leste Europeu.
Segundo o The New York Times, em uma reunião no sábado (22) em Camp David, o retiro presidencial no estado de Maryland, altos funcionários do Pentágono apresentaram a Biden várias opções que levariam os ativos militares americanos para muito mais perto da porta da Rússia. As opções incluiriam o envio de 1.000 a 5.000 soldados para os países do Leste Europeu, com potencial de aumentar esse número dez vezes se a situação deteriorar.
O secretário de Defesa Lloyd Austin instruiu o presidente por meio de videoconferência segura (VTC). O Chefe do Estado-Maior Conjunto Gen. Mark Milley também estava no VTC. Geralmente, o secretário informa o presidente e, em seguida, o Estado-Maior fornece mais detalhes operacionais.
Espera-se que Biden tome uma decisão ainda nesta semana.
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Biden, em dezembro, disse que não enviaria tropas americanas para a Ucrânia porque a ex-república soviética não é um aliado da Otan – embora os EUA tenham fornecido ajuda militar e treinamento a Kiev na última década para combater a Rússia.
Na ocasião o presidente americano disse que “Temos uma obrigação moral e uma obrigação legal para com nossos aliados da OTAN se eles [Rússia] atacarem sob o Artigo Quinto. É uma obrigação sagrada. Essa obrigação não se estende à OTAN – quero dizer, à Ucrânia. Mas dependeria do que os demais países da OTAN estivessem dispostos a fazer também. Mas a ideia de que os Estados Unidos vão usar unilateralmente a força para confrontar a Rússia que invadiu a Ucrânia não está nas cartas agora. Mas o que vai acontecer é que haverá consequências graves.”.
Ajuda americana
A Ucrânia recebeu um segundo carregamento de suprimentos de armas dos Estados Unidos em meio à ameaça iminente de uma invasão russa; desta vez Kiev recebeu 80 toneladas de armamentos, conforme noticiou o Direto da América.
O primeiro carregamento de assistência bélica dos Estados Unidos chegou à Ucrânia na sexta-feira (21). Essa remessa incluía “cerca de 200.000 libras de ajuda letal, incluindo munição para os defensores da linha de frente da Ucrânia”, twittou a Embaixada dos EUA em Kiev na noite de sexta-feira.
Ordem de evacuação
O Departamento de Estado americano também ordenou que famílias de funcionários da embaixada dos EUA na Ucrânia comecem a evacuar o país já na segunda-feira, disseram autoridades dos EUA em meio ao desembarque de dez toneladas de ‘ajuda letal’ americana em Kiev.
No domingo (23) o Departamento de Estado americano emitiu aos cidadãos americanos um alerta “NÍVEL 4 – NÃO VIAJEM” para a Rússia.
“O Departamento continua a aconselhar os cidadãos dos EUA a não viajarem para a Rússia devido à tensão contínua ao longo da fronteira com a Ucrânia. Existe potencial para assédio contra cidadãos dos EUA e a Embaixada tem capacidade limitada para ajudar cidadãos dos EUA na Rússia”
O Departamento de Estado também emitiu um alerta de segurança para os americanos exercerem cautela na Bielorrússia, para onde a Rússia tem posicionado tropas.
“A Embaixada lembra aos cidadãos dos EUA que exerçam maior cautela e vigilância em relação às tensões políticas e militares na região. Evitem manifestações públicas e reavaliem regularmente possíveis planos de partida em caso de emergência.”