Ao menos um balão espião chinês coletou e transmitiu com sucesso informações sensíveis de instalações militares em solo americano para a China. O balão fez várias passagens por locais-chave e foi capaz de enviar as informações coletadas instantaneamente para Pequim.
A dúvida agora é se a inteligência coletada pela China e transmitida para Pequim enquanto sobrevoava estados americanos pode comprometer a segurança nacional.
O governo chinês é conhecido por usar vários métodos para coletar informações sobre os Estados Unidos, incluindo ataques cibernéticos, aplicativos de celular e softwares chineses. O uso de um balão espião é uma tática que aparentemente pegou os militares dos EUA desprevenidos.
O balão foi capaz de sobrevoar instalações militares dos Estados Unidos sem ser detectado, apesar de supostos esforços do governo americano para bloqueá-lo.
A China conseguiu controlar remotamente o balão para que pudesse fazer várias passagens sobre algumas das instalações (às vezes voando em formações de “8” sobre as bases) e transmitiu as informações coletadas de volta a Pequim em tempo real, disseram as três fontes militares para a NBC News.
A inteligência que a China coletou teria sido principalmente de sinais eletrônicos, que podem ser captados de sistemas de armas ou incluir comunicações de tropas dentro das bases, não necessariamente imagens, disseram as fontes para a emissora.
A China disse repetidamente que o balão era um dirigível civil não tripulado que acidentalmente se desviou do curso e que os EUA reagiram de forma exagerada ao derrubá-lo. A China porém nunca deu qualquer detalhe sobre a que entidade ou organização pertencia o equipamento.
Depois que o balão foi abatido em fevereiro na costa da Carolina do Sul, após cruzar o país de oeste a leste, funcionários da administração Biden disseram que ele foi capaz de coletar sinais de inteligência.
O balão violou o espaço aéreo dos EUA pelo Alasca em 28 de janeiro, de acordo com a administração Biden, que disse que estava rastreando o equipamento enquanto se movia sobre o país. Nos quatro dias seguintes, o balão sobrevoou o estado de Montana – especificamente a Base Aérea de Malmstrom, onde os EUA armazenam alguns de seus ativos nucleares, possivelmente o local mais sensível de todo o trajeto.
O incidente levantou questões sobre a capacidade dos EUA de detectar e impedir espionagem estrangeira, sobretudo a chinesa. O governo dos EUA ainda não divulgou uma declaração sobre o assunto sobre as novas revelações.