O presidente Joe Biden visitará a Arábia Saudita este mês, segundo informações divulgadas na quinta-feira, 2 de junho, uma forte mudança na postura do democrata que durante a campanha pediu que líderes sauditas sejam tratados como párias pela morte de Jamal Khashoggi.
A decisão de Biden ocorre horas após os sauditas concordarem com um aumento na produção de petróleo e em estender a trégua no Iêmen.
O New York Times e a CNN, citando fontes anônimas, disseram que Biden seguiria em frente com a parada saudita em uma próxima viagem.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que não tinha viagens para anunciar, acrescentando apenas: “O presidente procurará oportunidades para se envolver com líderes da região do Oriente Médio”.
Biden, durante a campanha à presidência, pediu que os líderes sauditas fossem tratados como “os párias que são”.
Trump conduziu uma política de cautela e paz com a Arábia Saudita depois que o escritor dissidente Jamal Khashoggi, residente nos EUA, foi atraído para o consulado saudita em Istambul, onde foi estrangulado e esquartejado.
Pouco depois de assumir o cargo, Biden divulgou um relatório de inteligência que dizia que o príncipe herdeiro autorizou o assassinato de Khashoggi e que o governo impôs restrições de visto a dezenas de sauditas acusados de ameaçar dissidentes.
Os principais produtores de petróleo liderados pela Arábia Saudita também concordaram com um aumento de produção maior do que o esperado, um alívio para Biden, cujos números nas pesquisas caíram devido à ao estado da economia, alta inflação e a disparada dos preços da gasolina desde que tomou posse em 2021.
Biden, que poderia facilitar o aumento de prospecção e refino do petróleo em solo americano, optou por pedir a ajuda de ditaduras como a venezuelana, de Nicolás Maduro, e agora do reino saudita.
O democrata reluta em aumentar a produção doméstica para agradar a base democrata radical que pede pelo fim da indústria de óleo e gás, além de evitar a fadiga política em ter que recorrer aos estados produtores liderados hoje por republicanos, como o Texas, Alasca e Dacota do Norte.
A economia americana, segundo diversos analistas, inclusive ligados ao partido democrata, está à beira de uma recessão.