Polícia assume erro por demora em confronto com atirador no Texas

Cerca de 20 policiais permaneceram por 45 minutos do lado de fora da sala de aula onde Salvador Ramos executou 21 pessoas na escola de ensino fundamental de Uvalde, Texas no início da semana, antes de tomarem a decisão de confrontar o atirador de 18 anos.

O comandante da operação acreditou que o atirador estava barricado em uma sala de aula na Robb Elementary School durante o ataque de terça-feira, 24 de maio, e que as crianças não estavam sob risco, disse o diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas, Steven McCraw, em uma coletiva de imprensa.

“Ele estava convencido na ocasião de que não havia mais ameaça para as crianças e que o elemento estava barricado e que eles tinham tempo de se organizar” para entrar na sala de aula, disse McCraw.

“Claro que não foi a decisão certa. Foi a decisão errada”, disse.

No fim, foram agentes federais da Patrulha de Fronteira, que abriram a sala usando uma chave mestra para confrontar o assassino.

Durante o ataque, professores e crianças ligaram repetidamente para o 911 pedindo ajuda, incluindo uma menina que implorou: “Por favor, envie a polícia agora”, disse McCraw.

Linha do Tempo

Eram 11h28 CDT de terça-feira quando a picape de Ramos bateu em uma vala atrás da escola e o atirador saltou carregando um fuzil.

Doze minutos depois, dizem os policiais, Ramos, de 18 anos, entrou nos corredores da escola e chegou a uma sala de aula da quarta série, onde matou 19 alunos e dois professores em um rompante de violência ainda sem explicação.

Somente às 12h58 uma mensagem de rádio da polícia disse que Ramos havia sido morto e que o cerco havia terminado.

Após dois dias de informações muitas vezes conflitantes, os investigadores disseram que não havia nenhum policial do distrito escolar dentro da escola quando Ramos chegou.

Depois de bater a picape, Ramos atirou em duas pessoas que saiam de uma funerária próxima, disse Victor Escalon, diretor regional do Departamento de Segurança Pública do Texas. Ele então entrou na escola por uma porta destrancada por um professor/a por volta das 11h40.

Mas os primeiros policiais só chegaram ao local 12 minutos após a colisão e não entraram na escola para perseguir o atirador até quatro minutos depois. No interior, eles foram recebidos por tiros de Ramos e se esconderam, disse Escalon.

O atirador ainda estava dentro da sala às 12h10. quando os primeiros agentes federais do U.S. Marshals chegaram. Eles se deslocaram para a escola a partir da cidade fronteiriça de Del Rio, 113 quilômetros distante de Uvalde, disse a agência em um tweet na sexta-feira, 27 de maio.

A crise chegou ao fim depois que um grupo de oficiais táticos da Patrulha de Fronteira entrou na escola às 12h45, disse o porta-voz do Departamento de Segurança Pública do Texas, Travis Considine. Eles se envolveram em um tiroteio com o atirador, que estava escondido na sala de aula da quarta série. Momentos antes das 13h, ele estava morto.

Segundo a Bloomberg, Ramos havia comprado 1657 munições, levou 58 magazines para a escola efetuou mais de 100 disparos dentro da escola.

Perguntado nesta sexta-feira, 27 de maio, “quantas crianças poderiam ter sido salvas se [os policiais] tivessem invadido a sala” o Diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas disse “eu não sei”.

“Eles poderiam ter sido baleados. Eles poderiam ter sido mortos”, disse o tenente da polícia do Texas por que policiais não entraram na escola de Uvalde imediatamente.

A explicação do tenente chocou muitas pessoas por ter partido justamente de quem deveria correr esse tipo risco para proteger a sociedade, neste caso, crianças.

O FBI sabia da ameaça?

Uma gamer teria denunciado um colega gamer ao FBI depois que ele ameaçou ‘atirar em uma escola’ quando perdeu o jogo – poucas horas antes do atirador de 18 anos, Salvador Ramos, matar 21 pessoas, de acordo com o Daily Mail.

No jogo, quatro jogadores recebem o papel de ‘Os Sobreviventes’ que devem se esconder e sobreviver a outro jogador: ‘O assassino’. Se capturados, os sobreviventes são empalados em ganchos e sacrificados.

Mas ela ficou perturbada quando gravou um jogador masculino interpretando o ‘assassino’ lançando um discurso furioso quando ele perdeu e ‘começou a dizer que iam atirar em uma escola’.

O ‘assassino’ afirmou que usaria um AR-15. Esta é a mesma arma que Ramos usou horas depois, quando atirou no rosto de sua avó, depois dirigiu para a Robb Elementary School em Uvalde, Texas, onde matou 19 crianças e dois professores.

Depois que o jogador começou a fazer as ameaças, a jogadora gravou e enviou o áudio para o FBI, diz o Mail.

“Ele mencionou que tinha algum tipo de arma e continuou dizendo que seria tudo culpa nossa”, disse a jogadora no Reddit.

Uma fonte disse ao The Sun que Ramos era conhecido por fazer ameaças online enquanto jogava videogame.

“Eu conheço alguém que costumava jogar Call of Duty com ele online e ele falava sobre tiroteios na escola o tempo todo, mas todos no jogo sempre achavam que ele estava brincando”, relatou o jornal uma amiga de Ramos no Instagram.

Ramos detido em 2018?

O deputado federal Tony Gonzales (R-TX23) revelou na sexta-feira , 27 de maio, um registro policial de 2018 em que a Polícia de Uvalde revela ter identificado dois jovens do sexo masculino com idades de 13 e 14 anos que planejavam um ataque à tiros contra a Escola de Ensino Médio de Uvalde quando estivessem no último ano do ensino fundamental, o que viria a ocorrer em 2022 no caso do mais velho.

O departamento então acionou as autoridades estaduais por meio dos Texas Rangers e efetuou a prisão dos menores em 25 de abril de 2018.

Não se sabe ainda se um desses jovens seria Salvador Ramos, o atirador da Escola de Ensino Fundamental de Uvalde.

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